29 maio 2015

LEITURAS PARTILHADAS

A adolescência é uma fase boa da vida, pela qual todos passamos, com aspetos positivos e negativos, que temos que aprender a gerir.
Nessa altura pensamos que já sabemos tudo, muitas vezes não aceitamos com agrado os conselhos dos pais, dos professores, dos adultos em geral.
É uma fase confusa, porque já nem somos crianças, mas também ainda não somos adultos, e isso pode causar problemas , complexos, perturbações, inseguranças, mal estar familiar, etc., que nos leva muitas vezes a desejar ser outra pessoa, ou porque não gostamos do nosso cabelo que é liso e gostávamos que fosse encaracolado, ou porque começamos a ter borbulhas e queríamos ter a pele lisinha como o rabo de um bebé, ou porque desejávamos uns pais que não implicassem tanto, ou porque …, ou porque...

Imagina, abrires a lista das Páginas Amarelas e na letra I encontrares: «Identidades – Originais e Sobressalentes»; ou então entrares numa loja e pedir «Uma nova identidade, se faz favor?» e de viajares até ao mundo de O Novo Eu.

Ilustração Ekaterina Frolova
Foi o que aconteceu a Abby Hunter, a protagonista deste livro


  Gostava de ser Diferente ...  
Texto Kathleen Leverich
Editorial Presença


“Abby foi direita aos lavabos. Inclinou-se sobre o lavatório e molhou a cara com água fria. Fez uma concha com a mão e bebeu. (…)
O papel áspero e castanho parecia lixa na sua pele. Enquanto secava as faces com palmadinhas, observou-se ao espelho.
Parecia tão mal como se sentia. Tinha a pele como que esverdeada. Os olhos contornados por olheiras negras. E aquele cabelo horrível! Quando o cortara, pensava que ia ficar com aquela cortina de cabelo até ao queixo, baloiçando sempre que se movia. Como o modelo do retrato. Mas o modelo tinha um cabelo espesso, liso e acetinado. O de Abby era fino, fraco e não era liso. Em vez de uma cortina baloiçante, ficara com um trapo velho. (…)
Como é que podemos não nos reconhecer? Pensou. (…)
Olhou outra vez para o espelho. Pela centésima vez desejou ter mudado drasticamente de nome, no primeiro dia de aulas. Não de Abby para Abigail, mas de Abby para … Alguma coisa próxima daquilo que sentia por dentro. Olhou para si própria e pensou; Arden Hunter? Natasha Hunter? Yasmin Hunter? Se o tivesse feito, a sua vida agora podia ser completamente diferente.”

Ilustração Brigette Barrager

“... os adolescentes são por natureza comunicativos, sensíveis e solidários. Em contraste com os adultos, vivem menos apressados, encetam mais facilmente conversa com um vizinho no elevador, aceitam a boleia de um outro quando estão à espera do autocarro, estão disponíveis para trocar um sorriso de cumplicidade com a empregada da caixa registadora do supermercado. (…)
Constituem, sem dúvida, um óptimo motor de humanização das vidas dos adultos e são essenciais para nos ajudar a cultivar um modo de estar mais solidário. São eles que, diariamente, nos ajudam a não andar na vida tão fechados sobre nós próprios e os nossos pequenos mundos. Simplesmente, por vezes, precisam também de uma pequena ajuda da nossa parte.”

                                                                                  Helena Fonseca,
in Compreender os adolescentes:
um desafio para pais e educadores
Editorial Presença


Como vês a nossa sugestão de leitura para este fim de semana, destina-se também aos teus pais, para que vivam em conjunto com tranquilidade, o período da adolescência.









20 maio 2015

VIAJAR PELA LEITURA

"Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro na mão.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim, sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!"
                                                                                                
Clarice Pacheco





Na nossa atividade da Hora do Conto,
VamosLer [para ti], 
há espaço para ...

VIAJAR

MERGULHAR NA LEITURA


IMAGINAR
GOSTAR DE LER


CONHECER
DIVERTIR










12 maio 2015

LER NÃO PAGA IMPOSTO


"Ela tinha tranças, sempre tranças compridas e loiras que a minha mãe lhe fazia. Mas eu, não!
Eu tinha que usar o cabelo muito curto, porque era encaracolado e não obedecia à escova, e diziam-me que estava sempre despenteado.
Confesso que tinha inveja da minha irmã e das tranças dela, e às vezes sonhava que o meu cabelo crescia durante a noite, como o da história do Sansão, que me contavam na catequese.
Tive pena, até que um dia! Mais precisamente até ao dia em que o ministro das Finanças anunciou na televisão que os cabelos iam começar a pagar impostos. Os loiros pagavam o imposto mais caro, porque toda a gente tinha a mania que o loiro é que era bonito e andavam todos a pintá-lo dessa cor. 

Ministro das Boas Ideias
Fonte Blog Pepino em Conversa
E eu suspirei de alívio: ainda bem que o meu era preto como as azeitonas (as pretas, claro, porque também há verdes, mas eu não tinha o cabelo verde!). Os ruivos vinham a seguir, que de repente estavam na moda, por causa das actrizes de cabelos cor de cobre.
Os castanhos e os pretos eram mais em conta, o que era bom porque queria dizer que a maioria dos portugueses não tinha que dar tanto dinheiro para os cofres do Estado.
Mas a altura dos cabelos também era taxada (...)
A minha irmã quis, no mesmo momento, cortar o dela. Mas o Ministro das Finanças estava farto de saber aquilo de que os portugueses são capazes para não pagar impostos, por isso tinha expressamente proibido toda a gente de cortar os cabelos nos seis meses seguintes à publicação da lei. (...)
Mas o melhor ainda estava para vir: como a lei proibia o corte de cabelos, a minha mãe não podia mandar cortar o meu. Nem cortá-lo em casa. Mesmo que eu nunca o penteasse e ele a cada dia que passasse ficasse mais comprido e mais emaranhado! E ainda dizem que os ministros não têm boas ideias!"

                                                                                       

Esta pequena história faz parte do livro 





Como se explica na contracapa do livro:
Este livro é principalmente para pais que às vezes não têm mesmo tempo, mas é muito mais que isso: é uma oportunidade de se rir com o seu filho, de cortar com o politicamente correcto, de se juntarem os dois para virar o mundo de pernas para o ar. Por um minuto e meio que seja. As mães podem lê-las, mas foram escritas para a voz de um pai. São histórias com bruxas e fadas - tem mesmo que ser! - mas também com ministros e impostos, engarrafamentos e chefes chatos. Só que ao contrário da vida real, tudo isto pode ser transformado noutra coisa, desde que se saiba estalar os dedos. Porque os lugares aonde os livros nos levam ficam na memória para sempre.




Isabel Stilwell nasceu em 1960, é jornalista e escritora. Começou aos 21 anos no jornal Diário de Notícias. Fundou e dirigiu a revista Pais & Filhos, onde mantém uma crónica mensal. Foi diretora da revista Notícias Magazine durante 13 anos e diretora do jornal Destak até finais de 2012. Todos os sábados escreve no Jornal i, sobre diversos temas da atualidade. Escreve também para a revista Máxima, tendo uma das suas peças sobre adoção em Portugal, "Não amam nem deixam amar" em conjunto com a jornalista Carla Marina Mendes, sido distinguida com o 1º Prémio de Jornalismo "Os direitos da criança em notícia". Tem um programa na rádio Antena 1, "Dias do avesso "onde conversa com o psicólogo Eduardo Sá.
Paralelamente, escreve livros de ficção, contos e histórias para crianças, sendo a sua grande paixão os romances históricos, como por exemplo D. Catarina de Bragança e D. Amélia, que têm sido sucessos de vendas.


No dia 22 deste mês comemora-se o 
Dia do Autor Português 
Vem até à Biblioteca ver a pequena exposição que preparámos para ti, sobre esta autora e muitos outros.






08 maio 2015

ESTA NOITE, OLHA PARA A LUA

Observa-a atentamente. Contempla-a.
Em seguida, pergunta a ti mesmo: Sinto-me corajoso?
Porque é preciso coragem para enfrentar o perigo que espreita.


Ilustração Bukhrov Dmitry

Preparado para o que te espera este fim de semana?
Preparado para ajudares a SRPCB – Sociedade Real Para a Prevenção da Crueldade Para com as Bestas?

Nesse caso terás que fazer o seguinte juramento: 

«Comprometo-me solenemente a proteger e preservar os animais selvagens. Deste dia em diante juro lealdade para com as bestas.»





Volume 1 da coleção Uma história mesmo bestial
Texto de David Sinden, Guy MacDonald, Matthew Morgan
Ilustrações de Jonny Duddle
Edição Booksmile

«Quando um dragão aparece no centro de salvamento para bestas raras e em perigo de extinção, Ulf o lobisomem, descobre um segredo negro e tenebroso. Será que com a ajuda do gigante Orson, da fada Tiana e da Dra. Fielding, a veterinária da SRPCB, o pequeno lobisomem vai conseguir parar o caçador de bestas mais malvado de todo o mundo?»

«Ulf cruzou a sala a correr e entrou na Galeria da Ciência. Atravessou o corredor, passou a Sala das Curiosidades e chegou à biblioteca. A porta abriu com um rangido e Ulf penetrou na escuridão.(...)
Ulf pousou O Livro das Bestas na mesa ao lado da vela, (...)
Quando se preparava para partir, ouviu um ruído atrás de si. Olhou para trás e viu o livro a flutuar na sua direcção e a encostar-se à sua mão.
Ulf voltou o livro. Na contracapa, escritas a pó, estavam as palavras: Este livro vai salvar-te a vida

Com a tua ajuda, tudo se resolverá pelo melhor.
Só precisas de vir requisitar o livro à sala infantil, da Biblioteca Municipal.

Ilustração Fernando Rossia

Vai ser um fim de semana alucinante.









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