23 fevereiro 2016

"VIVEMOS PARA OS LIVROS."

Frase de Umberto Eco,
escritor italiano, filósofo, semiólogo, professor universitário, nascido em 5 de janeiro de 1932 e falecido na passada 6.ª feira, dia 19 de fevereiro.


Iniciou-se como romancista aos 48 anos, com o livro O nome da rosa com o qual foi distinguido com o Prémio Strega, em 1981, tendo-se transformado num best-seller internacional. O romance, um mistério passado num mosteiro medieval, foi traduzido em todo o mundo e vendeu mais de 10 milhões de cópias. Mais tarde, foi adaptado ao cinema pelo realizador Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery a desempenhar o papel principal.


Cena do filme "O Nome da Rosa"

Seguiram-se muitos outros, tais como O pêndulo de Foucault; A ilha do dia antes; Baudolino; A misteriosa chama da rainha Loana; O cemitério de Praga; Número zero. Foi, também, autor de vários ensaios, Como se faz uma tese em Ciências Humanas; Os limites da interpretação; História do feio; entre outros.


Mas Umberto Eco escreveu, também, para crianças: 
Os três cosmonautas; Os Gnomos de Gnu: uma aventura ecológica; A bomba e o general, 
todos eles ilustrados por Eugenio Carmi.

















São livros que transmitem mensagens de apelo 
ecológico, de paz, respeito e tolerância e que podes encontrar na sala infanto/juvenil da Biblioteca Municipal.



"Existiu uma vez na Terra - e talvez ainda exista - um poderoso Imperador que queria a todo o custo descobrir novas terras.
- Que espécie de Imperador serei eu - bradava ele -, se os meus navios não descobrirem um novo continente, onde abundem o ouro, a prata e as pastagens, e para onde eu possa levar a nossa civilização?
Os seus Ministros responderam-lhe: - Mas, Majestade, já não existe nada para descobrir aqui na Terra. Veja o globo!
- E aquela ilha pequenina, ali? - perguntava ansiosamente o Imperador.
- Bem, se a puseram no globo, é porque já foi descoberta há muito tempo - retorquiram os Ministros. - Talvez até já lá tenham construído um complexo turístico. E, além disso, os navegadores hoje já não viajam pelos mares à procura de novos continentes e ilhas! Hoje visitam-se galáxias em astronaves!
- Nesse caso - insistiu teimosamente o Imperador -, enviem um explorador galáctico que me descubra pelo menos um pequeno planeta habitado!
E assim o explorador Galáctico (EG para os amigos) vagueou durante muito tempo pelo espaço imenso em busca de um planeta que pudesse ser civilizado."

in, Os Gnomos de Gnu: uma aventura ecológica

 










19 fevereiro 2016

QUEM CONTA UM CONTO

Mais uma semana em cheio na Biblioteca Municipal, com a visita das crianças das Escolas
EB1 de Casal de Malta;








Guilherme Stephens e do
Jardim de Infância João Beare





Foram tantas as crianças, que mudámos o palco das histórias para o nosso Auditório, uma vez que a Sala Infantil se tornou pequena para tanto público infantil.













10 fevereiro 2016

CATARINA SOBRAL

Nascida em Coimbra em 1985,
esta jovem autora de livros, ilustradora
e designer de comunicação, já conta com um vasto percurso profissional, com vários prémios ganhos, tanto a nível nacional como internacional.


Em 2014 com o livro 



venceu o Prémio Internacional de Ilustração na Feira do Livro,
em Bolonha, Itália, que é o maior evento mundial do livro ilustrado, sendo selecionado para a Exposição de Ilustradores da mesma Feira.

Recebeu uma Menção Especial no Prémio Nacional de Ilustração, com Greve, (2011)

 (2012)
 foi eleito o Melhor Livro Infanto-Juvenil pela Sociedade Portuguesa de Autores.


O seu livro Vazio foi selecionado pela Biblioteca Internacional da Juventude para o catálogo White Ravens 2014, que inclui as mais relevantes obras para a infância e juventude.



Ilustradora de Limeriques Estapafúrdios, com texto de Tatiana Belinky; em 2013 participou juntamente com outros ilustradores, num livro intitulado Citybox: Lisboa?
Colabora também, com várias editoras e algumas revistas.
O seu trabalho encontra-se editado em Itália, França, Brasil e Suécia.


"Eu já estou a fazer o que gosto. Os desafios agora são os novos livros que ainda estão por vir."
Catarina Sobral







03 fevereiro 2016

O CARNAVAL DA BICHARADA

"Era dia do Entrudo. Os companheiros de Próspero, sobretudo os mais novos, andavam numa roda-viva, para ver se descobriam maneira de se divertir. Não sabemos bem a razão daquele entusiasmo especial, pois quanto a nós todos os dias são bons para a gente brincar,(...).
Foi então que, escutando casualmente a conversa dos rapazes, a Fada Íris, resolveu intervir:
- Se, em vez de brincarem à mascarada dos homens, rissem antes com o Carnaval da Bicharada?
E, com um gesto luminoso da sua varinha de condão, fez surgir ao pé deles (...) o Rouxinol mascarado de Cantor, de boina para a testa... E o Crocodilo! Esse, como é mau como as cobras e falso como as coisas falsas, aí o têm vestido de Arlequim..., (...) uma Arara vestida de Cigarra - estava mesmo um amor! - e o Esquilo, com uns vistosos calções verdes, a saltar de ramo em ramo, como se fosse o Tarzan! (...)
O Burro - calculem... - vestido de Professor, com uma pasta debaixo do braço, a Girafa vestida a primor, com uns colarinhos de cerimónia e, ligados um ao outro, pelas fatiotas, o Gato e o Cão, como se fossem irmãos siameses... O Pavão apareceu mascarado de Rei, e o Urso de Janota, é claro, porque não gosta de fazer figura de urso ...O Macaco fazia então de Bobo, dando cambalhotas e mais cambalhotas. Ao longe avistou-se o Lobo que não passava da Raposa, o Elefante transformado em rato, desatou a correr a bom correr (até parecia o Carlos Lopes).
Numa grande risota lá seguiram todos, a caminho da casa da Avestruz, onde as festas costumam ser de... truz."


Ilustração Corinne Bittler

Este ano, o Carnaval da Bicharada,
segundo se anuncia,
deve ser uma pândega pegada,
verdadeira folia.
E o que eles pulam! A Comadre Pata,
que nunca falta a boda,
não admira que faça zaragata:
- leva a família toda...
Segue atrás o Elefante,
com a tromba com um lacinho elegante.
Vem depois a Capoeira
que é uma festa de arromba,
uma grande chinfrineira!
A Cigarra e a Formiga
vão à frente, numa pândega pegada,
nos lábios esta cantiga:
Vai contente
a marcha da bicharada!

Texto retirado do conto "O Carnaval da bicharada", in
"Histórias da velha do arco", de Adolfo Simões Müller

    

Ilustração Marie Desbons









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